Defesa de Bolsonaro entra com recurso após Moraes encerrar processo
O que aconteceu
Na terça-feira (25/11), Moraes decretou o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro na ação penal da suposta trama golpista ou seja: declarou que a condenação era definitiva, e que não cabiam mais recursos.
Com isso, foi ordenado o início imediato da execução da pena de 27 anos e 3 meses de prisão.
⚖️ O que a defesa está fazendo
Apesar do encerramento formal do processo, a defesa de Bolsonaro apresentou embargos infringentes — um novo tipo de recurso — com o objetivo de reverter a condenação.
Os argumentos centrais da defesa são:
Que o processo foi encerrado de forma prematura, antes do prazo recursal para embargos infringentes — o que, na visão deles, constitui um “erro judiciário”.
Que, no julgamento original, houve voto favorável à absolvição por parte do ministro Luiz Fux, e esse voto divergente deveria permitir novo julgamento — mesmo que a maioria tenha condenado.
Que o julgamento deveria ter ocorrido no plenário completo do Supremo Tribunal Federal (STF), e não numa turma, dado o suposto grau de gravidade e as implicações processuais.
No recurso, a defesa pede que a condenação seja anulada e que Bolsonaro seja absolvido.
🔎 Por que a controvérsia
Especialistas e parte da comunidade jurídica apontam que:
A antecipação do trânsito em julgado pode configurar cerceamento de defesa, já que ignorou ou barrou a possibilidade de embargos infringentes.
Tradicionalmente, embargos infringentes só são admitidos quando há pelo menos dois votos absolutórios — o que não ocorreu no julgamento de Bolsonaro, que teve apenas um voto a favor da absolvição (de Fux).
A defesa argumenta que essa exigência suplementar (do “dois votos” para infringentes) não está prevista no regimento da Corte — ou seja, seria uma inovação jurisprudencial que fere o direito de recorrer.
📌 O que pode acontecer agora
A corte pode analisar (ou rejeitar) os embargos infringentes apresentados — mas não há prazo definido para essa decisão.
Se a análise for aceita, poderá haver nova possibilidade de julgamento — o que poderia adiar ou até modificar a condenação.
Caso a corte mantenha a decisão de trânsito em julgado, a condenação e a pena — já em execução — permanecerão válidas.

Comentários
Postar um comentário