Brasil não tem problema com Israel

 

O que Lula disse

Durante sua passagem pela Itália, no âmbito do Fórum Mundial da Alimentação, Lula comentou sobre o cessar-fogo entre Israel e Hamas, afirmando que está “muito feliz” com esse desfecho. 

Ele fez uma distinção clara: “O Brasil não tem problema com Israel. O Brasil tem problema com o Netanyahu.” 

Lula disse ainda que, quando Netanyahu deixar o governo, as relações entre Brasil e Israel voltarão a ser boas, porque historicamente os dois países tiveram “uma relação muito boa”. 

Avaliou o cessar-fogo como “um começo muito promissor”, embora tenha dito que não sabe se será algo definitivo. 

As relações diplomáticas entre Brasil e Israel têm enfrentado tensões nos últimos anos, especialmente após declarações de Lula sobre ações israelenses em Gaza, acusações de “genocídio”, comparações com o Holocausto, etc. 

Também houve troca de indicações diplomáticas como negar agrément de embaixador, rebaixamento no nível diplomático por Israel em resposta a posicionamentos do Brasil, debates públicos sobre proporcionalidade, direitos humanos e ajuda humanitária. 

Implicações para o futuro da relação Brasil–Israel

A partir das falas de Lula, algumas previsões e cenários fazem sentido:

Distinção entre governo e população israelense
Lula deixa claro que sua crítica é política, direcionada ao primeiro-ministro Netanyahu, não ao Estado de Israel ou ao povo judeu. Isso pode abrir espaço para interlocução diplomática mesmo com críticas firmes ao governo.

Relações condicionadas ao governo
Ele sugere que a normalização mais profunda das relações depende de uma alteração no governo de Israel. Isso implica que, no cenário atual, Brasília pode manter uma postura crítica mas limitada — protestos diplomáticos, declarações, constrangimentos — mas sem ruptura total.

Pressão internacional e diplomática
Ao enfatizar que outros países que apoiaram Israel “na posição de virulência” agora devem ajudar a “ter uma paz definitiva”, Lula indica que o Brasil pretende puxar esforços diplomáticos multilaterais, possivelmente fortalecendo alianças com países que criticam Netanyahu e defendem uma solução mais equilibrada/protetiva para os palestinos.

Cautela jurídica/diplomática
O discurso “não definitivo” em relação ao cessar-fogo indica que Lula vê incerteza nos compromissos, mas quer aproveitar o momento para buscar avanços. Isso pode levar o Brasil a reforçar iniciativas internacionais de direitos humanos, cobranças de responsabilização, bem como cobranças por reconstrução, ajuda humanitária, etc.

Repercussão interna e externa

Internamente, o posicionamento pode agradar setores que veem o governo de Israel sob Netanyahu como muito agressivo ou que clamam por uma postura mais firme do Brasil em defesa dos direitos humanos.

Externamente, pode gerar reações negativas de Israel ou de aliados de Netanyahu, mas também pode reforçar o prestígio do Brasil entre países ou blocos que defendem mais equilíbrio nos conflitos do Oriente Médio.

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