Como o Comando Vermelho dominou Belém

 

Aqui vai um panorama de como o Comando Vermelho ganhou força em Belém/Pará — e por que isso está motivando uma operação com as Forças Armadas durante a COP30:

Como o Comando Vermelho ganhou presença em Belém

Vários fatores contribuíram para o fortalecimento do Comando Vermelho (CV) na capital paraense e em municípios do Pará:

Expansão do tráfico e rotas internacionais

Belém é uma cidade estratégica para rotas de tráfico de drogas vindas por países da América Latina e que cruzam trechos amazônicos — rios, estradas em áreas remotas, conexões entre fronteiras — até seguir para outros destinos. 

O Comando Vermelho passou a disputar ou controlar parte dessas rotas, o que aumenta seu poder local. 

Rompimento com facções locais/parcerias regionais

A facção carioca teve uma aliança com a facção Família do Norte (FDN) — atuante na Amazônia — mas rompeu com ela após disputas de poder. 

Com isso, o CV absorveu ou substituiu parte da influência que a FDN tinha em rotas de tráfico amazônicas e fronteiriças. 

Substituição de facções menores ou locais

Em Belém e no Pará, o CV “dominou periferias” ao assumir áreas antes mantidas por facções regionais ou por disputas entre facções locais. 

Um estudo citado aponta que, em municípios do Pará, diversas cidades com presença de facções estão agora sob influência do CV. 

Controle social e regras locais

Em algumas áreas da periferia de Belém, o CV impõe “regras locais” (proibição de assaltos, controle de transporte clandestino, cobranças a comerciantes, mediação de conflitos entre vizinhos etc.). Isso sugere que seu controle vai além do tráfico e envolve controle territorial “no dia-a-dia”. 

Esse tipo de controle social reforça sua influência local e torna o policiamento convencional mais difícil. 

Disputa com outras facções

O Primeiro Comando da Capital (PCC), facções locais ou regionais como o Comando Classe A (CCA), disputam território ou rotas logísticas, mas o CV vem vencendo ou se impondo em muitas áreas metropolitanas de Belém. 


Também houve conflitos prisionais entre facções no Pará, incluindo entre PCC / aliados e CV. 

Fragilidade institucional & condições locais

A floresta amazônica, áreas remotas, a geografia (rios, ilhas, várzeas) e a limitação de presença de segurança pública em algumas localidades tornam o controle estatal mais difícil — um ambiente em que facções se aproveitam para atuação mais dissimulada ou mesmo para impor “ordens próprias”.

A urbanização periférica em Belém, desigualdades e pouca presença eficaz do Estado em algumas regiões também criam espaço para que organizações criminosas se consolidem territorialmente.

Operação das Forças Armadas & estrutura de segurança para COP30

Diante deste cenário, a preparação para a COP30 inclui medidas de segurança reforçadas em Belém. Eis como isso se articula:

O presidente Lula anunciou medidas de segurança pública e combate ao crime em preparação para a COP30 em Belém. 

Foi assinado decreto autorizando atuação das Forças Armadas via GLO (Garantia da Lei e da Ordem) de 2 a 23 de novembro de 2025, para proteger infraestrutura crítica, delegações estrangeiras, além de apoiar polícias estaduais e municipais. 

A Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Civil, órgãos estaduais e municipais estão em coordenação com centrais integradas de controle e monitoramento (CICCs / Centros Integrados de Comando e Controle). 


É mobilizado um grande efetivo de segurança estadual / municipal (≈ 10.000 agentes estaduais/municipais conforme matéria local) para apoio geral. 


As Forças Armadas ocupam pontos estratégicos da cidade (aeroporto, vias de acesso), com tanques e veículos militares visíveis em Belém, segundo reportagem local. 


A Força Aérea Brasileira (FAB) estabeleceu restrições de voo via decreto, dividindo zonas (branca, amarela, vermelha) durante a cúpula de chefes de estado, proibindo drones ou voos civis em áreas próximas ao evento. 
CNN Brasil

Por que isso é relevante / implicações

O domínio de facções como o CV em Belém representa risco potencial a segurança do evento internacional, especialmente por se tratar de crime organizado com controle territorial e rotas de tráfico.

A visibilidade internacional da COP30 demanda que o governo federal e estadual garantam segurança para delegados, chefes de Estado, infraestrutura crítica e para a população local.

A operação militar (via GLO) sinaliza que o poder civil considera insuficientes os mecanismos convencionais de segurança para lidar com ameaças provenientes de crime organizado em alguns locais estratégicos.

Ao mesmo tempo, mobilizar Forças Armadas tem implicações políticas, operacionais (coordenação com polícias locais), e jurídicas (uso de GLO, controle de acesso, limites constitucionais entre forças estaduais/federais).

Mesmo com reforços, o controle efetivo do crime organizado exige atuação contínua de inteligência, coordenação entre esferas de poder, investimentos em segurança pública local, reforma institucional e medidas sociais de longo prazo — não apenas intervenções pontuais.

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